Turismo de moto pelo centro-oeste brasileiro

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Decidimos partir para a Chapada dos Veadeiros e fazer uma viagem, literalmente, de Destino Incerto. Para garantir o sono, o kit de camping foi no saco estanque. O primeiro desafio foi cruzar os 1.280 quilômetros que separam a chapada de São Paulo em apenas um dia, topamos tentar. Para isso, resolvemos fazer direito dessa vez! Tudo empacotado no dia anterior, moto abastecida, pneus calibrados, corrente lubrificada, café da manhã às cinco da matina e pé na estrada! 

Nela fomos disciplinados também com paradas a cada 200 ou 250 quilômetros, uma parada rápida, só abastecimento, e a outra mais longa, sem refeição, só lanches para não dar sono, velocidade moderada e constante para que o tanque rendesse mais sem ter que parar! E, o mais importante de tudo, bom humor sempre! Foi um dia longo e direto, passou sem que percebêssemos. 

Cruzamos quatro fronteiras de Estado, onde paramos para tirar fotos! Quando o sol encerrou sua jornada, já estávamos próximos do destino e resolvemos registrá-lo também. A noite caiu rápido, e o trechinho noturno foi agradável. Chegamos por volta de 20h em Alto Paraíso de Goiás onde paramos no centrinho agitado para celebrar.

Quando o primeiro dia amanheceu percebemos onde estávamos: no meio da mata da chapada de onde brotavam chalés redondos cobertos por sapê, a piscina no meio parecia obra da natureza. Empolgados, nos informamos rapidamente dos atrativos e seguimos para o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. 

Boa infraestrutura, palestra educativa, e logo estávamos na trilha para o roteiro dos saltos, oito quilômetros ao todo. O dia todo caminhando no meio da natureza com diversos atrativos. Primeiramente o mirante da incrível cachoeira Salto 120, depois o primeiro banho com mordidas de peixes, na Salto 80, a seguir, as corredeiras mostraram o poder das águas em uma formação espetacular no mirante do Carrossel, finalizamos com banho nas corredeiras com direito a jacuzzi e hidromassagem natural.

No dia seguinte visitamos o Vale da Lua, ao lado da pousada. O cenário é único, lunar mesmo. A água “criativa” esculpe as rochas de areia e desce criando caminhos incríveis. De tarde saímos sem rumo, dispostos a seguir a primeira placa turística. Assim chegamos ao Poço das Esmeraldas. Lá, após caminhar pelo descampado da chapada, chegamos ao lugar que faz jus ao nome. Os tons de verde e azul da água são impressionantes, e o banho, irresistível.

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Dia novo e destino diferente! Resolvemos virar o ano no lugar mais improvável possível: o quilombo Kalunga. Então seguimos para Cavalcante, no norte do parque. A Triumph Tiger, mesmo carregada com garupa e baús laterais, se comportou bem no longo deslocamento de terra. O tempo não ajudou. Assim que a estrada começava a melhorar, a chuva insistia em voltar e deixar a aventura mais divertida e melada. 

Na estrada não limitaram a tocada, e na terra garantiram segurança. No quilombo o clima era bem diferente, calmo, rústico e simples, tudo que procurávamos. Virada de ano sem festa mas com céu estrelado sobre as ruas de terra. No dia seguinte quebrei um tabu de quatro anos, visitei a cachoeira Santa Bárbara, que vale a fama que tem. O poço de águas azuis é impressionante, aproveitamos para mergulhar fazer filmagens debaixo d’água. Na volta a chuva nos abençoou com tudo e trouxe o frio, que só pôde ser esquecido com a comida do fogão a lenha do quilombo. A refeição saciou a fome e esquentou o corpo e a alma.

Despedimos do quilombo e traçamos nosso roteiro com a ajuda de um mapa, para evitar as armadilhas dos caminhos da região. Decidimos passar por Brasília e visitar outra cidade que há tempo estava na lista: Goiás Velho, uma espécie de Tiradentes do Centro-Oeste, calçamento de pedras, casarões, muito artesanato e bares. Entre peixes e macacos De lá seguimos para a Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso. E lá outra série de atrações: os belíssimos Mirante do Alto do Céu e Morro dos Ventos, as cachoeiras do parque, com destaque para o Véu da Noiva, além da flutuação com os peixes e a vista alucinante do alto da Cidade das Pedras. Foram dias ótimos hospedados na Pousada da Quineira passeando com a guia Marina, da equipe do Villa Guimarães.

Parecia que já tínhamos rodado o Brasil todo, mas seguimos para mais longe para conhecer Nobres. Lá encontramos o Toninho, que nos apresentou o Aquário Encantado, uma flutuação incrível em águas azuis. Além disso, visitamos também o Reino Encantado e o Balneário, onde presenciamos uma invasão de macacos. Entre rios e conversas, nasceu um roteiro para outro tour envolvendo as chapadas e o Pantanal.

Estávamos bem longe de casa, por isso dividimos a volta em partes. Passamos por Cuiabá e seguimos por ótimas estradas até onde o traseiro aguentou. Dormimos em Ribas do Rio Pardo, próximo a Campo Grande, foram quase 1.000 quilômetros. Então, de volta ao Estado de São Paulo, paramos em Pederneiras e, por fim, São Paulo. 

As belezas naturais dessa viagem são incríveis, acredito que o mais especial tenha sido a realização de um tour de 5.000 quilômetros sem destino pelo Brasil. Uma viagem de aventura com muito off-road e acampamentos, conhecendo tribos diferentes que valorizam seu passado e vivem mais do que suas posses sugerem, basta a natureza e os amigos. Um estilo de turismo encarado por poucos e realizamos em casal. Curtimos cada quilômetro com alegria, e os perrengues foram vencidos com novos aprendizados.

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